Um artigo que vale a pena ler de Manuel Caldeira Cabral, onde se avançam sumariamente algumas soluções para atenuar o défice económico crónico do sector.
Entre corte de benefícios/regalias e estruturas dirigentes, reorganização de serviços, reequação de investimentos e geração de fontes de receita adicionais, algures a meio do texto o leitor é confrontado com dois dados muito interessantes sobre a CP: 80% dos prejuízos são gerados pelos serviços ferroviários regionais, os quais, por sua vez, transportam menos de 10% dos passageiros.
Dá que pensar, primeiro como foi possível chegar até este ponto sem ninguém questionar a racionalidade de se manter um serviço com este impacto financeiro negativo (eventualmente, em zonas com alternativas rodoviárias de qualidade), depois se existirá a mesma vontade política que aumentou os passes sociais para introduzir bom senso e cortar com estas ferrovias.
É nas situações de aperto que urge escolher entre várias políticas alternativas, sejam elas aumentar passes sociais, reduzir serviços públicos (educação, saúde, ...), introduzir portagens em AEs não portajadas ou congelar investimentos, para dar alguns exemplos.
Provavelmente, é necessário um mix destas e outras medidas para conseguirmos equilibrar as contas públicas. Mas antes de se aumentarem impostos ou passes sociais, talvez não fosse má ideia cortar onde realmente choca. E não há falta de gorduras por onde cortar...
Sem comentários:
Enviar um comentário