Li ontem duas notícias no JN sobre dois prémios Nobel da economia que "ousam" fugir ao discurso "mainstream" que a direita, em geral, prega sobre as virtudes da austeridade.
As discussões sobre equilíbrio orçamental e crescimento económico por vezes assemelham-se à história do ovo e da galinha.
No entanto, parece-me que está por demonstrar que esta crise se resolve com austeridade. Pelo contrário, se assim fosse, a Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália e agora os EUA já estariam a beneficiar dos cortes de despesa anunciados e colocados em prática, com uma redução das yields da dívida pública para níveis mais racionais.
Por outro lado, quer-me parecer que, no actual contexto de falta de liquidez, não existem propriamente meios financeiros ao dispor de países como Portugal para se colocarem em prática políticas keynesianas, com as quais, diga-se, concordo em absoluto: induzir recessão adicional, neste momento, é dar um tiro de caçadeira nos pés (aliás, nem sequer é minimamente premiado pelos mercados).
Saída(s) para a crise? Parece que só existe uma e não depende de nós (espero que a reunião entre Sarkozy e Merkel marcada para a próxima semana dê em resultados visíveis).
PS: se qualquer pessoa minimamente informada percebe que esta é a pior altura para se venderem activos portugueses (desde acções, obrigações, imobiliário, etc.) porque carga de água vamos vender ao desbarato das melhores participações que Portugal tem em sectores estratégicos (EDP, REN, Águas de Portugal, CTT, ...)? Isto para lá da tolice do fim das golden shares.
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