quinta-feira, 28 de julho de 2011

Onde cortar???

Vamos ter de esperar mais algumas semanas para sabermos onde é que este Governo se propõe a cortar despesa, em 2012 e - espero - em 2011.

Faltam cinco meses para o ano terminar. Até agora, só vieram a público medidas de corte pouco mais que florais, as que provocam dor a sério ainda não foram anunciadas.

Vai ser um exercício engraçado comparar as receitas preconizadas na oposição e na campanha eleitoral com as medidas efectivas a adoptar.

Entretanto, já se começaram a arranjar bodes expiatórios para as medidas de consolidação previstas para 2012 (lado da despesa) não irem tão longe como se pretendia.

Ler o título da notícia “Governo aprova corte de 10% nos gastos do Estado (act.)” e o corpo “O Conselho de Ministros aprovou para 2012 um corte dos gastos do Estado em 10%, que se traduzirá numa descida efectiva de 5% na despesa pública. A diferença resulta da contabilização dos juros da dívida pública – que são despesas do Estado em que Portugal não pode cortar e que vão subir "substancialmente", só mostra a forma acrítica como se faz jornalismo em Portugal, em geral.

O Estado tem, como as famílias, muitas despesas em que não pode cortar ou em que tem pouca margem para o fazer. Pretender, desde já, justificar que não vamos tão longe quanto o necessário, pelo lado da despesa, por causa dos juros da dívida não é mais que atirar areia para os olhos dos contribuintes.

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