quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Exorcismos

Fernando Sobral aponta o dedo às deficiências deste Governo: falta de rumo / estratégia para animar a economia, deriva em alguns ministérios-chave, os aumentos de impostos consecutivos, o andar a reboque, de forma passiva, de variáveis que dependem pouco da acção do Governo (que, no caso da diplomacia económica, parece ter deixado de existir), a complacência com a Madeira.

Um bom resumo do estado da nação.

O de Passos Coelho começa a ser reconhecido pelos defeitos especiais. Já nem se fala da actividade incógnita de Álvaro Santos Pereira, cujo ministério é tão grande que leva a que o ministro se perca nos seus corredores. Nem da transformação do Ministério das Finanças em ministério dos Impostos. Fala-se dos demónios escondidos que, se não forem objectos de exorcismo, poderão transformar-se num filme de vampiros esfomeados. Um desses demónios é a Madeira, onde o Governo acode como o 112 de auxílio a João Jardim, enquanto Paulo Portas se encarrega de pedir diligentemente a remoção do homem. Quem vencerá: o Governo de que faz parte o PP, ou Paulo Portas? Sobre o cabaz de impostos de Vítor Gaspar já nem se fala. Como é que um partido militantemente contra o saque fiscal, como é o PP, consegue engolir os sapos que fazem parte do menu das Finanças? As militantes vénias de Passos Coelho sobre as "eurobonds" junto da senhora Merkel também não ajudam a libertar os demónios.

O Governo poderá estar a tentar transformar-se numa versão moderna do filme "O Exorcista".

Ou o PSD pode estar à espera que o PS faça a sua cura de nojo após espantar o espírito de José Sócrates para longe. Mas, seja como for, crescer é o melhor antídoto para a dívida. E sobre isso que não se fala. É isso que está a ser posto em causa por um tufão de impostos enquanto se espera que a Alemanha e os EUA cresçam para irmos à boleia.

Os barulhos estranhos e os movimentos inexplicáveis deste Governo começam a precisar de uma agenda. Que seja perceptível.

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