quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Islândia: case study?

Não me parece, quaisquer semelhanças com o caso nacional, para lá da necessidade de se recorrer ao FMI, parecem ser mais obra do acaso que outra coisa.

Para quem não se recorda, a crise islandesa teve a sua génese na alavancagem acentuada da economia, sobretudo com recurso a empréstimos em moeda estrangeira, e da crise de confiança que tomou conta dos mercados financeiros na sequência do subprime americano.

Há um conjunto de dados interessantes na notícia que linkei acima que enquadram o remédio prescrito, os quais passaram pela introdução de medidas de controlo de capitais com vista a impedir a retirada massiva de fundos para o estrangeiro, associado a um aumento brutal das taxas de juro, que subiram até 18% (hoje em 4,5%), para lá da nega ao bailout dos bancos, e a redução do nível de vida de 40% "da noite para o dia" na sequência da crise cambial.

É fácil de ver que não só o problema era distinto como os mecanismos de combate utilizados não estão disponíveis em Portugal, por não termos uma política cambial e monetária autónomas.

Com a economia estabilizada e a sair da recessão (espera-se um crescimento económico em 2011 depois de 3 anos de recessão), o membro do banco nacional que é citado refere que vão agora pensar em como resolver o problema da alavancagem excessiva dos particulares e da desconfiança dos mercados (natural depois das perdas que tiveram de assumir), contando também para o efeito com uma ajuda extra do FMI, que flexibilizou o esforço de consolidação orçamental exigido para este ano.

A notícia aprofunda pouco mais os motivos para a recuperação, para lá de uma referência ao défice externo, que se reduziu de forma substancial. Os problemas esses, parecem ser sempre os mesmos: crescimento, défices orçamentais, alavancagem excessiva... onde é que já ouvi isto? E com um défice orçamental na ordem dos 4,4% para 2011, que não parece muito longe dos 5,6% previstos em Portugal, onde pára a austeridade islandesa?

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